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Bebedouro se move com o agronegócio

Ninguém tem dúvida: em Bebedouro o campo move a cidade. Quando o campo vai bem a cidade vai bem também. É o dinheiro que vem do campo na forma de salários que gira o comércio, na forma de impostos, que gera investimentos e desenvolvimento social. Dinheiro do campo, não é necessariamente resultado de venda da produção agrícola, mas sim de tudo o que gira em torno dela, e em Bebedouro toda cadeia produtiva encontra seu espaço. Com 118 anos, a “Capital da Laranja” reconhece, foi o campo que desencadeou o desenvolvimento.

Primeiro foi a pecuária. O córrego conhecido por “Bebedor” e a farta pastagem atraia tropeiros e boiadeiros, a cidade nasceu ali. A cafeicultura no final do século XIX era a maior riqueza, mas a quebra de 29 empurrou, a partir dos anos 30, a população do campo para a cidade. Mas a saída continuava no campo, foi criada na cidade a Sociedade Paulista de Fruticultura, a laranja começa a sobressair e se tornar a mola propulsora da economia local. As décadas de 70 e 80 foram as do crescimento, quando a cotação da laranja atingiu picos por causa da geada na Flórida. Problemas lá, desenvolvimento aqui. O comércio foi o primeiro a sentir os reflexos positivos, com lojas se abrindo, a construção do shopping, a explosão de concessionárias de carros e tratores e o fortalecimento da maior cooperativa singular do Estado de São Paulo, a Coopercitrus.

Mas a crise da citricultura na primeira metade da década de 90 levou a cidade a repensar seu caminho. O comércio mais uma vez foi termômetro. Em 1995, havia 435 estabelecimentos na cidade. No ano seguinte caiu para 419. Em 2000 veio a reação e hoje já são quase 600 pontos em atividade. A laranja começou a dividir espaço com a cana-de-açúcar, a diversificação atraiu mais indústrias para a cidade. Bebedouro se diferencia pela logística do município. Ponto estratégico no coração de São Paulo, cortada por duas excelentes rodovias, a Brigadeiro Faria Lima e a Armando Sales Oliveira.

Num raio de 200 Km, Bebedouro é referencial para uma população de 12 milhões de habitantes, o que explica, segundo o Diretor de desenvolvimento econômico da prefeitura Francisco Carlos Cunha, o grande interesse das empresas de transporte e distribuição pela cidade. Hoje são quase 2000 empresas instaladas na cidade e mais 62, algumas de grande porte, em instalação. A infraestrutura da cidade faz a diferença: estrada de ferro, 3 terminais rodo-ferroviários, porto seco e o aeroporto, que o poder público local e os empresários querem transformar em um terminal de cargas. A recuperação econômica já pode ser medida. Bebedouro vem melhorando sua participação no Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em 1998, o município tinha 0,13% de participação. Em 1999, saltou para 0,17% e, em 2000, para 0,19%.

O campo continua impulsionando a cidade e nos próximos 5 anos o panorama deve melhorar ainda mais. Os novos pés de laranja vão começar a produzir, e com as tecnologias incorporadas a produtividade média por hectare deve chegar a 40 toneladas. A média no estado varia de 18 a 20 toneladas por hectare. Enquanto isso os 4 distritos industriais vão sendo ocupados. O quinto já está a caminho.

Dados

  • 77 mil habitantes
  • Laranja: 700 produtores / 6 milhões de plantas cultivadas
  • Cana: 30 mil hectares cultivados

Maio/2002

ABAG/RP