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AGRO DE PORTAS ABERTAS: Estudantes de jornalismo fazem imersão no setor

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A ABAG/RP realizou, de 10 a 12 de junho, mais um Ciclo de Palestras e Visitas do Prêmio ABAG/RP de Jornalismo “José Hamilton Ribeiro”. Participaram 56 estudantes de jornalismo de São Paulo e Campinas.

 

 

AGRO MOVIDO A CIÊNCIA

 

 

O primeiro dia foi dedicado à ciência. As visitas aconteceram nas duas unidades da EMBRAPA, em São Carlos.

Na Embrapa Instrumentação o pesquisador Dr. Ladislau Martin Neto replicou para os estudantes o que falou aos representantes do G20, no mês maio, em Brasília. Martin destacou o papel da ciência para transformar o Brasil de importador de alimentos (década de 70) a um dos maiores exportadores na atualidade; além de importante player em inovação agrícola tropical no mundo. Pontuou desafios atuais, como o aumento de produtividade, associado à redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE); à qualidade e segurança dos alimentos, do ponto de vista nutricional, em um cenário desafiado por zoonoses, pragas e doenças.

Nos laboratórios de nanotecnologia; de conservação de alimentos (frutas e óleos); e no de sensores de irrigação e impressão 3D, os pesquisadores apresentaram seus projetos de pesquisa que solucionam problemas do presente e anteveem tendências do futuro.

 

Pesquisador Dr. Ladislau Martin Neto

Pesquisador Dr. Marcos David Ferreira - laboratório de frutas e óleos

 

 

Na Embrapa Pecuária Sudeste os estudantes visitaram um verdadeiro laboratório a céu aberto. Conheceram o sistema de produção ILPF, Integração Lavoura Pecuária Floresta, que tem resultados positivos no balanço de carbono e no bem-estar animal. Viram sistemas de manejo para a pecuária leiteira, e se impressionaram com o robô que faz ordenha sem qualquer intervenção humana.

 

Pesquisador Dr. Alberto Bernardi - sistema IPF

 

Pesquisador Dr. André Novo e o Sistema de Ordenha Robotizada (SOR)

CAFÉ DO PÉ À COOPERATIVA

 

Em Franca, os estudantes tiveram a oportunidade de visitar o cafezal da Fazenda Experimental Procafé . Ao mesmo tempo em que se admiravam com os pés de café perfeitamente alinhados, e carregados de grãos, conheciam as pesquisas desenvolvidas pela iniciativa privada. Os experimentos de irrigação chamaram a atenção, não só pela importância da água para a produção, mas também porque ela é utilizada cada vez com mais cuidado. A tecnologia permite irrigar cada pé individualmente, na medida certa. Após observarem a secagem do café no terreirão, seguiram o caminho dos grãos até a cooperativa.

 

 

Na Cocapec viram todos os processos, da recepção do grão até a comercialização do produto final para os mercados interno e externo.

A reação dos alunos ao verem o desembarque dos grãos de café na plataforma, depois a ascensão por elevadores e, quase instantaneamente, sendo armazenados foi marcante. O processo é carregado de muita tecnologia. As cargas não se misturam, são passíveis de rastreamento, e ficam armazenadas à disposição do produtor cooperado. Os alunos ainda acompanharam todo o beneficiamento, desde a classificação, a prova, a torra até o empacotamento e expedição.

 

 

Alberto Rocchetti Netto, superintendente da Cocapec, falou sobre a história do cooperativismo e da cooperativa. Os estudantes vivem cercados pelo cooperativismo, como perceberam ao longo da conversa, mas desconheciam a doutrina cooperativista, que é baseada na união de pessoas, na colaboração mútua para promover o social através do econômico.

 

Alberto Rochetti Netto, superintendente da Cocapec

 

CANA E AMENDOIM: DUPLA QUE DÁ GOSTO

 

Na Usina Virálcool, em Pitangueiras, o foco foi o processo industrial. Pelos caminhos da usina, entre ruídos, vapores e equipamentos, os alunos se surpreenderam com a rapidez do processo, desde a moagem da cana até que o bagaço siga para ser queimado nas caldeiras. O versátil caldo da cana pode ser transformado em açúcar ou etanol. Das caldeiras e turbinas, com a cogeração, é produzida a bioeletricidade que move a usina, e cujo excedente é distribuído para consumo nas cidades. Eles "vivenciaram" um termo que aparece muito na imprensa: a energia da biomassa. Fizeram, enfim, a conexão da cultura da cana-de-açúcar com a energia elétrica renovável.

Para que tudo isso aconteça, há um grande número de pessoas empenhadas na produção eficiente e sustentável, no campo e na indústria.

 

 

Para encerrar o ciclo de descobertas, os estudantes foram apresentados à rotação de cultura entre a cana e o amendoim, que faz de São Paulo um dos maiores produtores de amendoim do Brasil.

A Coplana, que nasceu ligada aos produtores de cana, hoje se destaca pela produção de amendoim de seus cooperados. A cooperativa foi fundamental para implantar a tecnologia que ajudou a impulsionar essa cultura, tanto na produção no campo, quanto no beneficiamento do grão.

Para que o amendoim da região de Jaboticabal seja aceito nos mais exigentes mercados do mundo, e nas mais importantes indústrias de alimentos do Brasil, é preciso seguir um longo caminho. Foi mostrado o processo de secagem (fundamental para garantir a qualidade do produto), classificação e armazenamento. O presidente da Coplana, Bruno Rangel, fez questão de receber os alunos, contar a história da cooperativa e mostrar que campo e cidade caminham juntos.

 

Bruno Rangel, presidente da Coplana

 

 

 

Foram três dias de muito aprendizado e surpresas. Mais de mil quilômetros rodados e uma experiência que os estudantes levarão para a vida pessoal e profissional. Em agosto tem mais, dessa vez para os estudantes de jornalismo de Ribeirão Preto e Bauru. Os estudantes terão até o dia 4 de novembro para produzir e inscrever matérias na Categoria Jovem Talento, nas Modalidades Escrita e Vídeo e/ou Rádio, da 17ª Prêmio ABAG/RP de Jornalismo "José Hamilton Ribeiro".

 

Saiba mais sobre o Prêmio

ABAG/RP