Entrar

Descarbonização da Agropecuária

Compartilhe

 

A chamada descarbonização da agropecuária é uma tendência mundial, principalmente em função da busca pela diminuição das emissões de gases de efeito estufa (GEEs). A descarbonização não é novidade, nem para a agricultura e nem para a pesquisa científica nacional. Muito já vem sendo feito nesse sentido, e antes do surgimento desta denominação.

Desde os anos 1970 o desenvolvimento e a adoção de tecnologias no campo têm sido uma constante em todo o Brasil. Como resultado, tem havido importante aumento da produção agropecuária, que é decorrente do aumento da produtividade (produção por área), e não exclusivamente do aumento da área plantada. Importante salientar que muitas dessas tecnologias buscam mais do que a eficiência, buscam a sustentabilidade.

Alguns exemplos do passado e ações do presente mostram a preocupação da agricultura brasileira com a preservação e a produção sustentável. A Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e outros institutos estaduais de pesquisa, têm importante papel no desenvolvimento destas tecnologias, e hoje trabalham fortemente pela agricultura de baixo carbono. No início da década de 1980 o Brasil venceu o desafio de fazer o Cerrado produzir alimentos, com participação fundamental da pesquisa na introdução de braquiárias nas pastagens, e na disseminação do plantio de grãos direto na palha.

Outra importante contribuição aconteceu nos anos 1990, com o desenvolvimento de novas tecnologias de produção focadas na integração de sistemas. O objetivo era a verticalização da produção e a conservação dos recursos naturais. Surgiu a iLP, Integração Lavoura Pecuária, com a rotação de lavouras e de pastagens. Esse sistema permitiu realizar duas safras na mesma área, a de grãos e a pecuária. Na década de 2000 surgiu o iLPF, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.

Um sistema mais complexo em termos de arranjos temporais e espaciais, mas que permite que dois dos três processos aconteçam ao mesmo tempo (LP, LF, PF). O conceito de Carne Carbono Neutro, criado nos anos 2000, tem como premissas os sistemas: iLP e iLPF. A ideia é que o balanço de carbono seja neutro, ou seja, fazer com que o carbono contido nas emissões de metano dos animais manejados nessas áreas, seja menor ou igual ao sequestro de carbono das culturas ali plantadas.

Plano ABC
 

Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura
Fonte: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.

O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, Plano ABC, é um dos planos setoriais elaborados de acordo com o artigo 3° do Decreto n° 7.390/2010. Tem por finalidade a organização e o planejamento das ações a serem realizadas para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis, selecionadas com o objetivo de responder aos compromissos assumidos pelo país de redução de emissão de GEE no setor agropecuário.

A abrangência do Plano ABC é nacional e seu período de vigência é de 2010 a 2020, sendo previstas revisões e atualizações em períodos regulares não superiores a dois anos, para readequá-lo às demandas da sociedade, às novas tecnologias e à incorporação de novas ações e metas, caso necessário.

  • Programa 1: Recuperação de Pastagens Degradadas;
  • Programa 2: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs);
  • Programa 3: Sistema Plantio Direto (SPD);
  • Programa 4: Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN);
  • Programa 5: Florestas Plantadas;
  • Programa 6: Tratamento de Dejetos Animais;
  • Programa 7: Adaptação às Mudanças Climáticas.

 

*Mais informações http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/plano-abc/plano-abc-agricultura-de-baixa-emissao-de-carbono 

ABAG/RP