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Ibitinga: planta e borda

A cidade de Ibitinga é conhecida nacionalmente por seus bordados, atividade que impulsiona o turismo e o comércio local. Mas o maior setor da Capital Nacional do Bordado é a agropecuária, responsável por 41% do PIB do município. De acordo com o IBGE, ela é a 46ª cidade com maior valor adicionado na agropecuária. Uma vocação histórica que começou quando famílias mineiras, fugindo da Revolução Liberal, no final do século XIX, se instalaram no nordeste do Estado de São Paulo.

Mas quando se fala em Ibitinga, o que vem à cabeça é o bordado, que também é agronegócio. Excluindo os fios e tecidos sintéticos, a maior parte dos outros tem sua origem nas plantações de algodão. Esta história começou por volta de 1930, quando três mulheres começaram a ensinar para moças ibitinguenses a arte de bordar com máquinas de costura adaptadas, uma forma de a mulher ajudar a complementar a renda da família. A evolução foi rápida. Com a chegada das máquinas elétricas, uma tradicional marca projetou uma especialmente para atender ao mercado de Ibitinga. Mas o segredo do sucesso, segundo os moradores, está na mão-de-obra, com acabamentos e processos artesanais.

Trinta mil turistas visitam a cidade todos os meses em busca dos bordados e confecções das 900 lojas locais, sem contar os cerca de 600 artesãos que comercializam seus produtos na feirinha da praça, aos sábados. Em Ibitinga o Rio Tietê conserva suas águas despoluídas e abriga a Usina Hidrelétrica que leva o nome da cidade. Na barragem foi construída uma eclusa que integra a Hidrovia Tietê-Paraná. À margem direita do rio está o Reservatório de Ibitinga, que somado às várzeas dos rios Jacaré-Pepira e Jacaré-Guaçu, formam o Pantaninho, que tem um ecossistema com características semelhantes às do Pantanal Mato-grossense, tanto em flora quanto em fauna. Esta área tem atributos de APA, Área de Proteção Ambiental, desde 1987.

Com pouco mais de 50 mil habitantes, Ibitinga é uma cidade privilegiada. O desemprego praticamente não existe. A oferta de vagas é sempre renovada. A cidade recebeu o Prêmio Sebrae Empreendedor 2004, pelo fortalecimento das micro e pequenas empresas, impulsionando o desenvolvimento. Na área da habitação preocupam as sub-moradias: 90 barracos que, em breve, deverão desaparecer com a entrega de um novo conjunto habitacional construído no sistema de mutirão. Ibitinga tem 90% da água coletada subterraneamente. 100% do esgoto recebem tratamento.

O aterro sanitário deve ganhar em breve o reforço de uma usina de reciclagem e compostagem. Uma cooperativa de catadores de materiais está sendo criada e há projetos de uma campanha de esclarecimento à população. Na área da saúde a prevenção é prioridade. A mortalidade infantil é uma das menores do país, resultado de um investimento de longo prazo. Na área de educação há 16 escolas municipais que atendem aos alunos dos ensinos fundamental e médio. As creches acolhem cerca de 4 mil crianças, mas com as mulheres trabalhando firme com o bordado, mais duas serão construídas para atender à demanda. O ensino superior também está presente na cidade, em duas faculdades, que oferecem vários cursos, entre os quais o de turismo, afinal Ibitinga é uma estância turística que ainda não explorou todo o seu potencial.

Dados

  • Pastagem: 30 mil/ha
  • Cana-de-açúcar: 10 mil/ha
  • Citrus: 3.500.000 pés/5.280.000 cxs
  • Rebanho: 40 mil cabeças
  • Outras culturas: 5 mil/ha
  • Propriedades: 957, sendo 72%< 50 ha

Fonte: CATI – Ibitinga.

Agosto/2005

ABAG/RP