Por: Maria Angela Manzi da Silva, ex funcionária do IAC
Há 133 anos, o Imperador D. Pedro II, em um extenso terreno, localizado em Campinas, rica zona produtora de café – na época, a principal riqueza do Brasil – fundou a Imperial Estação Agronômica, que viria a ser um dos mais conhecidos institutos de pesquisa do País – o Instituto Agronômico.
Seu primeiro diretor, Franz Wilhelm Dafert, desde o início, previu com lógica e segurança que, apesar da inexistência de pesquisas no Brasil naquela época, seu progresso seria, se não imediato, em um futuro próximo.
Em um País sem tradição em pesquisas, o sábio cientista sabia ser difícil encontrar auxiliares habilitados e foi preciso contratar técnicos estrangeiros que realizaram profícuos estudos na Instituição.
Deparou-se, também, com muitas dificuldades em transmitir os conhecimentos necessários para os agricultores. Céticos, sem entender o porquê de toda aquela tecnologia, não acreditavam no sucesso dos resultados.
Com o passar do tempo, a antiga Estação Agronômica se transformou em um estabelecimento, não mais exclusivamente científico, mas também, direcionado ao desenvolvimento de pesquisas importantes, de interesse dos nossos agricultores, como aclimatação de vegetais úteis, análise de terra e uso do solo, adubos e fertilizantes.
Os estudos com o cafeeiro predominariam até 1929, devido à crise que abalou profundamente a agricultura brasileira. Desde os tempos primordiais, houve também a preocupação com doenças e pragas presentes na agricultura e que, muitas vezes, dizimavam plantações inteiras, causando prejuízos enormes ao produtor. Novas pesquisas com frutas cítricas, algodoeiro e outras plantas anuais como o milho, arroz e feijão resistentes começavam a oferecer alternativas aos agricultores e tornando o Estado de São Paulo um importante polo produtor.
As conquistas alcançadas em 133 anos de pesquisa científica, realizadas por eméritos pesquisadores, que elevaram o nome desta pioneira instituição a um patamar conseguido por poucas, jamais devem ser esquecidas.
Atualmente, outros pesquisadores seguem os mesmos passos desses valorosos cientistas, apresentando a cada dia mais conquistas tecnológicas na área agrícola, trazendo mais benefícios aos produtores brasileiros.
Muitas vezes, não percebemos o valor do que fazemos. Consideramos apenas mais um trabalho, igual aos outros. Ao nos conscientizarmos que esta Instituição constitui parte integrante e viva da história do Brasil, assim como o foram seus primeiros diretores e funcionários, o orgulho deve ser cada vez maior. Nós também fazemos parte dessa história!
“Árvore de cerne duro”, árvore que, mesmo em grandes crises vergou, mas não tombou, o Instituto Agronômico foi e vai continuar sendo modelo para outras instituições de pesquisa do País.
Instituto Agronômico
Quis o nobre imperador
Em um vislumbre futurista
Fundar uma estação agronômica
Em férteis terras paulistas.
Casa de pesquisa, templo do saber!
Abrigou em toda a sua história
Uma plêiade de grandes cientistas
Que consagraram a nobre trajetória.
Sementes, mudas, doenças,
Tudo passa por melhoramento
Vão resultar em grande progresso
E em saudável e sagrado alimento.
Muitas vezes esquecido
De sua missão importante
Exporta avanços tecnológicos
Para países e povos distantes.
Daquelas colinas batidas pelo sol
Origem deste templo de pesquisas
Já se vislumbrava um futuro
De grandes e célebres conquistas!