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Jaborandi - sinônimo de tranquilidade

A cidade de Jaborandi recebeu este nome devido à enorme quantidade da planta Pilocarpus jaborandi Holmes, popularmente conhecida como “jaborandi”, que existia às margens do córrego, de mesmo nome, nas proximidades de onde o município teve origem. Os primeiros moradores chegaram nas terras doadas ao padroeiro ‘Arcanjo Gabriel’ por volta de 1902. Em 1924 foi criado o Distrito de Paz de Jaborandi, e em 24 de dezembro de 1948 a cidade obteve sua emancipação política e administrativa.

Jaborandi está situada na microregião de Barretos, ao norte do estado de São Paulo, e faz divisa com os municípios de Barretos, Morro Agudo, Terra Roxa e Colina. Com cerca de 6.500 habitantes, durante cerca de 8 meses por ano recebe o equivalente a 30% da população de migrantes, que chegam para o trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar e laranja. São quase duas mil pessoas, entre trabalhadores e familiares, que ao mesmo tempo em que impulsionam a economia, com a utilização do comércio local, sobrecarregam a infraestrutura urbana. Como o município não possui comércio forte e nem indústrias, depende do repasse do FPM, Fundo de Participação dos Municípios, que é pago de acordo com o número de habitantes e não leva em conta a população flutuante.

Segundo a prefeitura é com este dinheiro que são feitos os investimentos. As áreas mais demandadas por esta população são saúde e educação, além de moradia. O déficit habitacional na cidade cresce a cada ano. Casas para alugar são raridades, e quando existem, os preços são exorbitantes. Por estar muito próxima de grandes centros comerciais, como Barretos e Bebedouro, o comércio acabou se retraindo por falta de investimentos. Existe apenas uma agência bancária na cidade, lojas de pequeno porte, pequenos supermercados e farmácias. Atendida pela Sabesp desde os anos 80, Jaborandi tem 100% de água e esgoto tratados. Na área da saúde existe um hospital municipal, um posto de saúde e um PSF, Programa de Saúde da Família.

Existe apenas um médico que reside na cidade, os outros viajam todos os dias para atender a população. Para o tratamento em especialidades que exigem equipamentos especiais a prefeitura envia os pacientes para serem atendidos em Barretos. A educação é a menina dos olhos da atual administração. Desde 2006 um convênio com uma rede privada de ensino mudou a relação dos alunos com a escola, e a dos professores com sua profissão. Todos os alunos da 1ª à 9ª série têm material apostilado. Os professores recebem capacitação para trabalhar o conteúdo das apostilas a cada dois meses.

Além disso, 50 professores da rede municipal terão, a partir de janeiro de 2009, bolsas de graduação em pedagogia e outras 10 bolsas de pós-graduação em gestão escolar. O ensino médio é de responsabilidade do governo do estado, porém a prefeitura oferecerá para os alunos da 3ª série do ensino médio, a partir do segundo semestre deste ano, via tele sala, curso semi-extensivo preparatório para o vestibular. Um convênio com a Usina Guarani premiou os melhores alunos do 6º ao 9º com bolsas de estudo de inglês. A primeira turma se forma no final do ano. A pacata cidade tem pouca diversão: dois pesqueiros, campos de futebol, “footing” na praça e boate no Grêmio nos finais de semana.

De tão tranqüila, a cidade não possuiu delegado residente. Desde 2000 não há registro de crime grave em Jaborandi, por isso o destacamento militar é reduzido e a polícia civil conta apenas com um investigador e um escrivão. Os casos de violência registrados são de brigas ocasionais e furtos de carro, normalmente envolvendo pessoas de fora da cidade. Segundo a investigadora Lenita Fabrício, não há segredo: na cidade todos se conhecem e se respeitam, mas mesmo assim é sempre bom lembrar de fechar os carros e não deixar as janelas abertas.

Dados

  • Propriedades: 306
  • 17,6% maiores que 70 ha
  • 82,4% menores que 69 ha
  • Cana-de-açúcar: 22.000 ha
  • Seringueira: 500 ha / 258 mil pés/ 172 kg coágulo/ano
  • Soja (rotação de cultura): 500 ha
  • Laranja: 116 ha 127 mil/ pés em produção
  • Pastagem: 2.000 ha
  • Bois confinados: 4.000 cabeças

Fonte: Cati Jaborandi.

Junho/2008

ABAG/RP