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Cavalos e grãos fazem a fama de Orlândia

Perto de completar um século de existência, Orlândia se firma como centro de uma microrregião voltada para a produção e o beneficiamento de grãos. A indústria de empacotamento de arroz surgiu no município abrindo espaço para outras indústrias que vieram com o plantio de grãos: a indústria do óleo de soja, algodão e milho, por exemplo. Com o fortalecimento de uma indústria de beneficiamento de grãos a produção começou a ganhar fôlego e atrair novos produtores.

O cenário estava formado para o surgimento da Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia, a Carol, em 1963, quando 59 produtores rurais se reuniram para fundar a cooperativa. Hoje, são mais de 3.500 cooperados de 48 municípios do Norte de São Paulo e 45 do Triângulo Mineiro, além de algumas cidades de Goiás. Para se ter uma idéia do tamanho da Carol, foram comercializadas 430 mil sacas de 40 kg de sementes de soja até o mês de outubro, 85 mil sacas a mais que todo o ano de 2001. Um recorde histórico.

Segundo o professor de História, Cyro Catta Preta, e ex-prefeito de Orlândia, a Carol surgiu como conseqüência do desenvolvimento do agronegócio local e teve forte influência nos outros municípios em que atua. A cooperativa oferece assistência para produtores de cana, soja, milho, algodão, arroz, café e pastagem, para citar apenas os maiores. As áreas destas atividades somam 2 milhões e meio de hectares. Além da Carol e do arroz Brejeiro, Orlândia tem empresas de peso atuando diretamente na cadeia produtiva de grãos, como a Coimbra e a Agromen. No setor de metalurgia a Morlan se destaca, exporta arames e telas para a Europa, América do Norte, América Central, América do Sul, África e Oceania.

Há também a indústria de terminais elétricos Intelli. São estas as maiores empresas do município, que giram a economia local e fazem a cidade de 36 mil habitantes ter um orçamento proporcionalmente maior que as outras. O orçamento municipal previsto para 2003 é de R$ 34 milhões, segundo a assessoria de comunicação da prefeitura. Para atrair mais empresas para o município que fica às margens da rodovia Anhangüera, na altura do km 363, a prefeitura oferece isenção de ISS para novas empresas durante o primeiro ano e está viabilizando a instalação de mais um distrito industrial e empresarial. A cidade se orgulha dos recordes das empresas da cidade.

A Carol, por exemplo, é a maior cooperativa de grãos nos estados onde atua e sua cooperativa de crédito está entre as 5 maiores do país. A Agromen, por sua vez, é a maior empresa com 100% de capital nacional atuando no mercado brasileiro de sementes e, de acordo com o diretor Francisco Salles de Abreu Sampaio, a perspectiva é atingir 15% do market share em sementes de milho dentro de quatro anos. Ao contrário da maioria dos municípios que se originaram de aglomerações que se formaram em torno de alguma atividade agrícola, Orlândia nasceu em volta da Estação Coronel Orlando, fundada em 1905.

O Coronel Francisco Orlando Diniz Junqueira doou parte da Fazenda Boa Vista para que a Companhia Mogiana de Estrada de Ferro e Navegação instalasse uma estação de trem. Na ocasião, a estrada de ferro transportava gado do Triângulo Mineiro para Campinas. Em 1909, o povoado que se formou em torno da estação foi elevado à categoria de vila e, em 1910, se transformou em município, com a transferência da Comarca de Nuporanga. O esporte é outro orgulho para a população de Orlândia. O futebol, que já teve dias melhores, está licenciado do campeonato paulista, mas a cidade é berço de vários jogadores da seleção brasileira, não de futebol, mas de pólo.

Os jogos atraem a população que invariavelmente lota o Centro Hípico de Orlândia, um dos melhores do país. No mês de outubro a cidade sedia o maior concurso sul-americano de saltos, uma das competições olímpicas mais requintadas. Dentro do Centro Hípico, que pertence à Agromen Sementes, funciona outro motivo de orgulho para a cidade, o Museu Agromen de Máquinas Agrícolas, que reúne um acervo de 120 peças entre tratores e implementos agrícolas que contam a história da mecanização agrícola brasileira. São peças raras, como o trator Ferguson 35, de 1953, fabricado no Canadá. Estão lá tratores que os próprios fabricantes acreditavam nem existir mais. Em Orlândia, o passado serve de exemplo de desenvolvimento para o presente, onde os pés estão fincados na modernidade e os olhos voltados para o futuro.

Dados

  • Cana-de-açúcar - 1 milhão 430 mil ton.
  • Soja - 78 mil sacas
  • Avicultura – 3 milhões de cabeças/ano

Novembro/2002

ABAG/RP