O encontro dos rios Pardo e Mogi Guaçú em forma de ponta foi o que inspirou o nome da cidade, Pontal. No início um sertão bruto com matas indevassáveis, por onde se chagava apenas pelos rios que revelavam grandes campos. Este “sertão” sem dono encantou Manoel Teotônio de Carvalho que requereu e obteve as terras do Capitão Geral de São Paulo. Os 5.400 alqueires aos poucos foram sendo vendidos ou invadidos por posseiros.
Fazendas foram formadas. Com a chegada em 1885 da navegação a vapor, que fazia o percurso de Porto Ferreira até o “Bico do Pontal”, e a inauguração da linha férrea em 1903, foi dado o impulso para a criação do Bairro do Pontal, que em 1907 foi elevado a distrito de paz. A agricultura foi e continua sendo a base da economia da cidade, que tem pouco mais de 30 mil habitantes e é conhecida como a Rainha dos Canaviais. Apesar de possuir, há décadas, 3 usinas de açúcar e álcool, Pontal sempre se sentiu coadjuvante na história sucroalcooleira da região. Hoje se sente no elenco principal, o que se reflete no atual nível de desenvolvimento da cidade. A nova avenida de entrada, com imenso gramado e ciclovia, é reflexo desse desenvolvimento, assim como o tamanho do posto de combustível, da loja de insumos e do supermercado da Copercana na cidade.
Segundo a administração municipal, a proximidade com Ribeirão Preto e Sertãozinho foi o que ajudou a retardar o desenvolvimento local. Hoje, com o crescimento destas duas cidades, Pontal é vista como opção de moradia, não sub-moradia como até poucos anos atrás, e também como local privilegiado para o desenvolvimento e instalação de indústrias. Nos últimos seis anos, dois mil lotes residenciais foram comercializados e receberam edificações, mudando a geografia local. Indústrias de pequeno porte cresceram impulsionadas pelo setor sucroalcooleiro, assim como as oficinas especializadas em manutenção para as usinas de açúcar e álcool. O comércio fortalecido, a oferta de serviços, principalmente médicos e odontológicos são reflexo desse crescimento. O principal problema decorre da chegada de quase 7 mil migrantes para trabalhar na safra de cana-de-açúcar.
Eles incham a utilização dos serviços públicos, principalmente saúde e educação, incluindo as creches. Muitos trazem a família para fazer tratamento médico na região. Um problema que será recorrente enquanto a mecanização não se completar. Os migrantes, que há três décadas circulam por Pontal, trouxeram o hábito de usar a bicicleta como principal meio de transporte. Elas são pilotadas por homens, mulheres, idosos e crianças e são as donas do pedaço. Os motoristas já nem reclamam mais e respeitam o ritmo dos ciclistas. A infra-estrutura da cidade melhora a cada ano. O asfalto está em 98% das ruas, é possível contar nos dedos as que não estão pavimentadas. A água consumida é toda subterrânea, de alta qualidade e que ainda recebe fluoretação. A falta de tratamento do esgoto é um problema com meses contados para acabar. O projeto técnico está pronto e a área comprada.
A cidade será contemplada com o Água Limpa, um programa do governo paulista que está construindo estações de tratamento de esgoto em cidades de até 30 mil habitantes. A coleta de lixo é própria e o material é depositado em lixão controlado, mas o aterro sanitário também já está em fase de implantação. Na área da saúde a aposta é na prevenção. 5 equipes do Programa de Saúde da Família atuam em Pontal. A prefeitura comprou o serviço 24 horas da Santa Casa local, e para o atendimento eletivo existem 6 postos de saúde, sendo um de especialidades. A educação é municipalizada, da creche à 4ª série do ensino fundamental. O estado é responsável pelo ensino, da 5ª série do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio.
O grande sinal do desenvolvimento local, segundo a prefeitura, foi a instalação de uma escola particular na cidade, além da criação do curso técnico de química por parte de universidades da região, muito demandado pelas usinas. Os bares e os bailes são os locais de entretenimento da cidade. O carnaval de rua, que era uma opção para a população de baixa renda, caiu no gosto de todos e hoje é conhecido até fora da cidade. A Festa do Peão atrai importantes competidores do estado e a Fecip, a Feira Comercial e Industrial, que acontece em outubro, mês de aniversário da cidade, é o coroamento de todo um trabalho em prol do desenvolvimento social e econômico de Pontal, que em 2007 comemora o seu primeiro centenário.
Dados
- Cana-de-açúcar: 23.500ha - 80 ton/ha
- Soja: 1000 ha
- Milho: 200ha
Fonte: CATI Ribeirão Preto.
Março/2007