As amoreiras brancas do local, chama das popularmente de taiúvas, deram o nome ao município. No principio foi chamado Itayuva, época em que os primeiros moradores chegaram junto com os trilhos do trem, em 1902. Chegaram para trabalhar na agricultura, atividade na qual até hoje se baseia a economia local, dividida entre a cana e a laranja, tendo grandes usinas de açúcar e esmagadoras de cítricos instaladas na região. Taiúva é daquelas cidades que são a cara do interior de São Paulo. Ruas largas, igreja bonita, praça com coreto, casarões antigos da época áurea do café.
Gente amiga, hospitaleira, respeitosa, quase todos de lá mesmo. Cidade calma onde a violência, uma endemia, já chegou, mas não contaminou. É assim que a define seu atual prefeito, Leandro José Jesus Batista, um ex-gerente de banco que nunca foi político, mas se candidatou para provar que é possível fazer alguma coisa. Da época do café sobraram os casarões e as famílias. A cidade viveu seus últimos 25 anos atolada em dívidas e com poucos investimentos. O ex-gerente de banco tem tentado sanear as contas públicas e buscado, pelo menos, um mínimo de investimento.
O exemplo que ele dá é que a cidade com cerca de 5.500 habitantes, 104 anos, emancipada há 58, ainda tem problemas de abastecimento de água. Até o ano passado 1/3 das moradias não possuíam hidrômetro, dificultando tanto a cobrança, quanto o controle do uso. 400 hidrômetros foram instalados, bombas antigas foram recuperadas e poços artesianos estão sendo adequados à legislação estadual. Dois bairros estão à espera de iluminação pública há 20 anos. O dinheiro atual é suficiente para iluminar apenas um. Não dá para fazer tudo em um mandato, mas o prefeito nem pensa em repetir a dose. Quer deixar bons exemplos e um projeto encaminhado.
Na educação é preciso mais uma creche, mas não há recursos A alternativa foi melhorar a única existente. Na educação de 1ª a 4ª séries, responsabilidade da prefeitura, a grande mudança é a introdução de um método pedagógico de uma rede particular, e da música na rede municipal de educação. Talvez no futuro seja possível reativar o coreto, um sonho do prefeito. A praça e o coreto estão reformados, mas falta a banda. Na saúde o Programa de Saúde da Família tenta orientar melhor a população para usar de forma consciente a única unidade básica de saúde, chamada de hospital, mas que não é.
Reconhecer as limitações é um caminho para buscar soluções. Com problemas e bom humor Taiúva segue seu caminho. Na cidade até água corre pra cima bola também. Carro desligado e com o freio de mão solto, deslisa no aclive. Este fenômeno acontece em frente ao cemitério, em uma rampa que não é o que parece. Até a TV já mostrou estas cenas. Um mistério que os moradores gostam de reforçar, amedrontando os visitantes. Nada sério. Na verdade é um terreno, com vários níveis, que acaba causando uma ilusão de ótica. A subida, na verdade, é uma descida, que dá mais poesia ao dia-a-dia da cidade, e serve até de exemplo. Os problemas não são problemas, são descaso à coisa pública. Se forem enxergados sem ilusão ou sem querer iludir podem ser resolvidos.
Dados
- Cana-de-açúcar: ......................................7.200 ha
- Laranja: ............................................. 450.000 pés
- Pastagem: ................................................... 80 ha
- Goiaba: .........................................................30 ha
- Manga: .................... 30 ha
Fonte: Casa da Agricultura de Taiúva.
Julho/2006